Economia da Atenção e a Experiência do Consumidor

Entendendo o que é a Economia da Atenção

A popularidade das redes sociais, a facilidade na busca de conhecimento, a grande quantidade de sites sobre os mais diversos assuntos e o fácil acesso a notícias em plataformas de jornais e revistas, torna possível afirmar que a busca pelas informações está cada vez mais fácil.

Na sociedade atual, existe uma grande quantidade de informações circulando e isso não é novidade para ninguém. As empresas e corporações colocam em disputa a atenção dos seus consumidores.

“Hoje está cada vez mais fácil monetizar nosso tempo em serviços específicos e restritos, como entrega de comida, estacionamento ou transporte, por exemplo. Isso nos dá a oportunidade de abrir novos mercados, por meio da atenção, que é uma moeda poderosíssima que sustenta a economia.”AAA Inovação

É nesse contexto que o conceito de atenção torna-se mais do que direcionamento da consciência humana ou estado de concentração mental, passa a ser também uma importante moeda de troca, movimentando o mercado de consumo de bens e serviços.

Por conta disso, a relação entre a Economia da Atenção e a Experiência do Consumidor se estreita de forma sútil, mas profundamente.

Neste artigo você encontrará:

– O que é a Economia da Atenção

– Como a Economia da Atenção se relaciona com a Experiência do Consumidor

Entendendo o que é a Economia da Atenção

Segundo o artigo “Paying Attention: The Attention Economy” ou “Prestando Atenção: A Economia da Atenção” da Berkeley Economic Review, a Economia da Atenção se trata de um termo “cunhado pelo psicólogo, economista e ganhador do Prêmio Nobel Herbet A. Simon, que postulou que a atenção era o ‘gargalo do pensamento humano’ que limita tanto o que podemos perceber em ambientes estimulantes quanto o que podemos fazer.”

O economista também foi responsável por definir que “uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção”, que sugere um desequilíbrio na disputa pela atenção proposta no mercado atual.

Em 1997, o físico Micheal Goldhaber detectou que a economia mundial estava em pleno processo de mudança, onde a economia baseada em atenção tomava o lugar da economia baseada em materiais, tendo como exemplo a ampla oferta de informações e materiais distribuídos gratuitamente pela internet.

“À medida que menos pessoas estão envolvidas com a fabricação e nos afastamos de uma economia industrial, as carreiras emergentes trabalham com a informação. Embora a “economia da informação” seja um nome comum para esse novo estado, Goldhaber rejeita isso; a informação não é escassa, a atenção sim.”

A partir disso, pode-se dizer que a Economia da Atenção é um método que coloca a atenção como objeto escasso e que, por isso, necessita reorganizar e gerenciar as informações que serão recebidas pelo público.

Assim, de maneira sutil, algumas mudanças significativas já são possíveis de se encontrar ao olhar para a jornada de consumo. A seguir, veremos o funcionamento da Economia da Atenção na Experiência do Consumidor.

Economia da Atenção na Experiência do Consumidor

Quando se trata da Experiência do Consumidor, tudo começa no encontro. Como chegar até o seu consumidor e como ele chegará até a sua empresa? Como a jornada de compras será impactada e o que vêm depois? Como esse encontro acontecerá de novo?

Por sua vez, a disputa pela atenção começa no anúncio – seja o seu próprio site, um e-mail, um anúncio pago no Google, entre outros. É no anúncio que o seu negócio deverá se destacar da concorrência, mostrar diferenciais e encantar o seu já consumidor ou possível novo cliente.

É no encontro e nos anúncios que começa a Economia da Atenção na Experiência do Consumidor.

Por exemplo, algumas das principais empresas do mercado – como a Netflix e o Google – apostam em um relacionamento muito aproximado com os seus clientes através da individualização.

Dessa forma, destacam de maneira personalizada alertas, recomendações e pesquisas de seus consumidores. Isso contribui na construção de relacionamento com o cliente e fornece uma experiência única, tornando-se também um grande diferencial.

É nessa personalização que colocam em funcionamento a Economia da Atenção.

Em outro exemplo, o escritor Nir Eyal em “Hooked: How to Build Habit-Forming Products” afirma que empresas de tecnologia utilizam o conceito de recompensas em intervalos variáveis para aumentar a expectativa do consumidor com a marca.

“À medida que a expectativa aumenta, essas ações de busca de recompensas que as empresas de tecnologia capitalizaram para capturar a atenção se transformam em instinto. Eyal argumenta “Quando você está se sentindo incerto, antes de perguntar por que está incerto, você pesquisa no Google. (…) Antes que você perceba que está entediado, você está no YouTube. Nada lhe diz para fazer essas coisas. Os usuários acionam a si mesmos.” – Berkeley Economic Review

Assim, é na individualização e na recompensa que a Economia da Atenção atinge a Experiência do Consumidor.