
Sumário
- 1 O que é a agenda ESG e por que impacta os relacionamentos entre empresas?
- 2 Qual a nova lógica para a seleção de parceiros de negócios?
- 3 Quais são os riscos e oportunidades de escolher parceiros com base em ESG?
- 4 Como avaliar fornecedores e parceiros com base em critérios ESG?
- 5 Exemplos de impacto positivo por trabalhar com parceiros sustentáveis
- 6 Conclusão
No que se refere à contratação de parceiros de negócio, como fornecedores, a agenda ESG estabelece parâmetros mais rigorosos e estratégicos na seleção dessas empresas.
Em vez de considerar apenas custo, prazo, qualidade e capacidade de entrega, pondera-se também sobre o grau de responsabilidade socioambiental empresarial de cada candidato à contratação.
Essa avaliação inclui, por exemplo, o uso eficiente de recursos naturais, práticas trabalhistas éticas, transparência na governança e compromisso com a conformidade legal.
Dessa forma, a agenda ESG contribui para a formação de relações comerciais baseadas em valores, além de promover mais integridade nas operações e reduzir riscos relacionados à reputação, sanções regulatórias e falhas na cadeia de suprimentos.
Para entender melhor essa nova lógica de seleção, continue a leitura deste artigo e aprenda a formar parcerias estratégicas sustentáveis a partir de critérios ESG para fornecedores e outros tipos de terceiros comerciais.
O que é a agenda ESG e por que impacta os relacionamentos entre empresas?
Agenda ESG é um conjunto de diretrizes que orienta empresas na adoção de práticas sustentáveis, éticas e transparentes. Essa base de atuação exige a análise de critérios ambientais, sociais e de governança nas deliberações corporativas e, por esse motivo, influencia parcerias, contratos e estratégias de crescimento.
Para ficar mais claro, vale destacar que ESG é a sigla para as palavras em inglês environmental, social e governance — na tradução para o português: ambiental, social e governança.
Assim, esses são pilares que definem o compromisso de uma companhia com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade corporativa em todas as suas frentes.
Qual impacto da agenda ESG nas parcerias estratégicas sustentáveis?
A agenda ESG afeta diretamente a escolha dos parceiros de negócio porque exige que esses trabalhem sob as mesmas diretrizes. Quando não há alinhamento, aumentam os riscos financeiros, reputacionais, jurídicos e de imagem para o contratante.
Além disso, se antes apenas a análise de preço, prazo, qualidade e performance operacional era suficiente para decidir uma contratação, agora os gestores e seus times precisam ir além, pois os stakeholders estão cada vez mais exigentes em relação à responsabilidade socioambiental empresarial.
Para você ter uma ideia, uma pesquisa exclusiva do InfoMoney revelou que, apesar de as práticas ESG não serem critérios decisivos para a escolha de investimento, estão entre as principais:
- 42,2% consideram importante ou muito importante;
- 30,7% confirmam se a empresa adota pilares ESG antes de investir.
Portanto, negligenciar essas diretrizes na seleção de parceiros de negócios prejudica o poder de atração da companhia, pois a maneira como esses trabalham afeta a sua imagem perante o mercado.
Entenda melhor no próximo tópico!
Qual a nova lógica para a seleção de parceiros de negócios?
A nova lógica para a seleção de parceiros de negócios inclui a análise de critérios voltados à responsabilidade socioambiental empresarial. Isto é, a verificação de riscos relacionados à governança, diversidade e impacto no meio ambiente e na sociedade, para a aprovação ou não de um parceiro comercial.
No que se refere aos critérios ESG para fornecedores, por exemplo, deve-se analisar quanto à atuação dessas empresas influencia o fluxo operacional e a reputação do negócio que os contrata.
Tome como exemplo a qualificação de fornecedores. Ao realizar esse processo a partir da agenda ESG, a empresa identifica a capacidade técnica dos parceiros e também os riscos de seus processos internos.
Por exemplo: um fornecedor que contamina o solo, sonega impostos ou adota políticas discriminatórias, compromete a integridade de quem o contrata, mesmo que, a princípio, apresente bom desempenho comercial.
Uma gestão sustentável da cadeia de suprimentos ajuda a identificar ameaças assim e a proteger o contratante de ser apontado como conivente nas práticas ilegais. Afinal, quando a justiça e os órgãos reguladores a consideram cúmplice dessas falhas, podem emitir multas, sanções, ou mesmo abrir processos contra a marca.
Quais são os riscos e oportunidades de escolher parceiros com base em ESG?

Formar parcerias estratégicas sustentáveis requer identificar riscos, mas também reconhecer oportunidades.
A partir da definição de critérios ESG para fornecedores, consegue-se reconhecer uma série de ameaças e, assim, adotar as medidas necessárias para proteger o negócio, como:
- comprometimento da reputação: ao se associar a parceiros com práticas ilegais ou antiéticas;
- danos ambientais: que fornecedores que não seguem normas de sustentabilidade causam;
- riscos trabalhistas: como exploração de mão de obra infantil e ambientes inseguros;
- falta de transparência: que dificulta auditorias e compromete a governança;
- interrupções operacionais: por sanções legais ou falhas estruturais dos parceiros.
No que se refere às oportunidades, a agenda ESG ajuda a:
- fortalecer a confiança com stakeholders por meio de parcerias responsáveis;
- atrair investidores que priorizam a sustentabilidade e a gestão de riscos;
- ganhar vantagem competitiva em licitações que exigem critérios ESG;
- impulsionar a inovação com soluções sustentáveis na cadeia de valor;
- acessar crédito facilitado, com condições melhores em instituições financeiras e programas públicos.
Como avaliar fornecedores e parceiros com base em critérios ESG?
Para avaliar fornecedores e parceiros com base em parâmetros socioambientais e de governança, o ideal é:
- Estabelecer critérios ESG claros: alinhados aos valores e às políticas internas da empresa;
- Solicitar documentação comprobatória: como licenças ambientais, certificados de conformidade e políticas internas de conduta e diversidade;
- Aplicar questionários de avaliação ESG: padronizados e objetivos, para mapear riscos e identificar pontos críticos;
- Monitorar indicadores-chave de desempenho ESG: como emissão de carbono, rotatividade de funcionários, governança fiscal e práticas de inclusão;
- Realizar auditorias periódicas: presenciais ou remotas, para verificar a aderência real às práticas que o fornecedor declarou;
- Utilizar ferramentas tecnológicas: como um SRM (Supplier Relationship Management) e soluções de ESG Rating, para centralizar dados, automatizar análises e acompanhar a evolução dos parceiros durante toda a validade do contrato;
- Estabelecer critérios de desqualificação: para aplicar rapidamente em casos de não conformidade com os padrões ESG que a empresa exige.
Exemplos de impacto positivo por trabalhar com parceiros sustentáveis
Promover uma gestão sustentável da cadeia de suprimentos traz diversos resultados positivos, ao atestar a responsabilidade socioambiental empresarial e a transparência nas ações e tomadas de decisão.
Natura, Vale, Banco do Brasil, Itaú, Petrobras, Klabin e Suzano são exemplos de empresas que a pesquisa do InfoMoney citou como as mais reconhecidas pelos investidores devido às práticas sustentáveis que executam.
A Natura, especificamente, por meio do “Compromisso com a Vida”, construiu uma cadeia de fornecedores que gera impacto socioambiental positivo, pois opera com ética, transparência e integridade.
Uma das ações, possível a partir do trabalho colaborativo com esses parceiros, visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 42% em toda a cadeia de valor da marca até 2030.
Devido a práticas assim, a Natura liderou o Ranking Merco de Responsabilidade ESG 2024 pelo 11º ano consecutivo e se manteve na lista das 100 melhores empresas, segundo o Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (Merco).
Para ter resultados semelhantes na sua empresa, a agenda ESG deve ser parte nativa da seleção de parceiros de negócios.
Além disso, o uso de um sistema de gestão, como um SRM, é essencial para padronizar avaliações, monitorar indicadores e, assim, garantir que toda a cadeia atue com ética, transparência e responsabilidade socioambiental.
Conclusão
Em resumo, adotar a agenda ESG na escolha de parceiros de negócio deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência estratégica para empresas que desejam crescer de forma sustentável e manter a confiança do mercado.
Mais do que cumprir normas ou atender expectativas de investidores, trata-se de garantir coerência entre discurso e prática, assegurando que toda a cadeia de valor opere com ética, transparência e responsabilidade.
Ao incluir critérios ambientais, sociais e de governança na seleção de fornecedores e terceiros, as organizações reduzem riscos reputacionais, fortalecem sua marca e abrem portas para novas oportunidades de negócio, crédito e inovação.
Portanto, integrar o ESG à gestão de parcerias é investir no futuro da empresa e na construção de uma economia mais justa e sustentável. Afinal, negócios responsáveis geram impactos positivos que ultrapassam fronteiras corporativas e contribuem para o desenvolvimento coletivo.
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